Coordenador da Defesa Civil falou sobre planos e ações adotadas durante momentos de tensão com as fortes chuvas do início do mês; segundo Inmet, região Metropolitana de São Paulo já teve 855 milímetros de chuva
O coordenador da Defesa Civil de Itaquaquecetuba, Anderson Marchiori, concedeu entrevista exclusiva ao Diário Itaquá, onde falou sobre sua trajetória na carreira, os desafios no comando de um setor estratégico na segurança da comunidade e os cuidados que os moradores devem tomar durante os períodos de chuvas que vêm atingindo a cidade. Confira a entrevista:
DIÁRIO ITAQUÁ: Neste período de chuvas constantes, como têm sido o trabalho da Defesa Civil?
ANDERSON MARCHIORI: Nós da Defesa Civil de Itaquaquecetuba temos trabalhado em tempo itegral monitorando e avaliando os riscos estruturais, dando suporte e auxiliando as famílias afetadas pela chuva.
DIÁRIO ITAQUÁ: O que o morador em área de risco deve fazer ao primeiro sinal de perigo?
ANDERSON: Nossa orientação é sempre para que saia de casa mas, se estiver impossibilitado, deve chamar a Defesa Civil pelo telefone 199.
DIÁRIO ITAQUÁ: Existe um mapeamento das áreas de risco da cidade?
ANDERSON: A Defesa Civil de Itaquá está fazendo um mapeamento de todas as áreas de risco da cidade.
DIÁRIO ITAQUÁ: O problema das áreas de alagamento em Itaquá são antigos, o que a prefeitura tem feito para reduzir os impactos aos munícipes desses locais?
ANDERSON: O município tem realizado serviços de limpeza nas ruas, córregos e bueiros, e também está em tratativas com o governo do Estado para o desassoreamento do Tietê. Estamos também pedindo a avaliação da abertura das comportas da barragem da Penha e a construção de moradias populares para a remoção das famílias em áreas de risco.
DIÁRIO ITAQUÁ: Qual a importância do trabalho preventivo na redução dos impactos causados pelas enchentes na cidade como um todo?
ANDERSON: Estamos aqui para evitar que o desastre aconteça e, caso aconteça algo além do esperado e do nosso controle, que cause o mínimo de danos às pessoas e ao meio ambiente.
DIÁRIO ITAQUÁ: Segundo estimativa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a região Metropolitana de São Paulo já teve 855 milímetros de chuva, o equivalente esperado para quatro meses. Como enfrentar esse volume pluviométrico tão alto?
ANDERSON: Atualmente contamos com o programa do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil, para que a comunidade saiba agir diante de situações emergenciais, e montamos uma força-tarefa com a participação dos servidores e voluntários quando há a necessidade de uma resposta rápida à população, num primeiro momento.
DIÁRIO ITAQUÁ: Qual orientação a Defesa Civil faz para as pessoas nas áreas de risco?
ANDERSON: Caso a residência tenha risco iminente, a Defesa Civil atua removendo as pessoas para a casa de parentes ou para abrigos municipais. Caso não haja a demanda por remoção, orientamos o proprietário a realizar ações preventivas para retirar o risco, ou encaminhamos para o órgão competente para isso.
DIÁRIO ITAQUÁ: O descarte irregular de lixo é um fator complicador no combate as enchentes. Onde ficam os ecopontos da cidade e como o munícipe faz para descartar corretamente esse lixo?
ANDERSON: Temos seis ecopontos instalados no município. Eles funcionam de segunda a sábado, das 8 às 17 horas.
Piratininga – Rua Joaquim Caetano, s/n
Marengo – Av. Gonçalves Dias, s/n
Vila São Carlos – Rua Jaguaribe, 80
Arizona – Rua Vitorino, s/n
Jd. Odete – Rua Jacamin, 350
Scaffid – Rua Henrique Giovanni Xavier, s/n
DIÁRIO ITAQUÁ: Quantas pessoas por ano o Fundo de Itaquá auxilia?
ANDERSON: Cerca de 24 mil pessoas.
DIÁRIO ITAQUÁ: Itaquaquecetuba tem mais de 800 pessoas desabrigadas ou desalojadas por causa das chuvas. Como tem sido o suporte da Administração Municipal para essas pessoas?
ANDERSON: Além do abrigo para quem não tem para onde ir, temos fornecido primeiramente cestas básicas, água, roupa, produtos de limpeza e higiene pessoal.
DIÁRIO ITAQUÁ: Apesar do cansaço pelo trabalho constante, o que é mais gratificante em assumir este papel?
ANDERSON: É saber que cuidamos de pessoas e, acima de tudo, salvamos vidas.
DIÁRIO ITAQUÁ: Quem deve procurar a Defesa Civil e em que situação?
ANDERSON: Graves desastres com vítimas e desabrigados (alagamentos, inundações, deslizamentos e desabamentos); grandes incêndios; acidentes com combustíveis e produtos perigosos; explosões em depósitos de gás de cozinha; rachaduras, trincas e fissuras em edificações; deformações em estruturas (lajes, vigas, pilares e paredes); infiltrações graves; rupturas ou colapso de vias públicas; queda de árvores; ruptura ou vazamento em dutos, galerias ou reservatórios.