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Psicóloga fala sobre o Dia das Mães, o processo de luto e as relações pessoais

Data comemorativa possui cultura do encontro e da atualização do significado da relação maternal

O luto e o Dia das Mães, em um primeiro momento, são sentimentos antagônicos e que geram um apelo emocional muito grande para muitas pessoas que, recentemente ou há muito tempo, não convivem mais com suas progenitoras – e, em muitos momentos, há o conflito de sentimentos nas interações do dia-a-dia.
Fernanda Correa do Prado, 38 anos, despediu-se de sua mãe no final de junho do ano passado, vítima de câncer. Hoje, morando no Canadá, registrou em suas redes sociais uma passagem curiosa: um pedido de autorização de uma agência de viagens para encaminhar materiais de publicidade referentes ao dia das mães pelo e-mail marketing. “Foi algo que eu só notei esse ano com esse tipo de abordagem”, contou.
A psicóloga Larissa Soares Guaitoli, entrevistada pelo Diário Itaquá, conta que o dia tem um impacto emocional nas pessoas pela cultura de encontro e de atualizar o significado da relação materna. “O processo do luto é longo e tem algumas fases. O luto é natural. O dia das mães acaba sendo uma data que atualiza esse sentimento, como se fosse um reviver da perda da mãe”, explica.
A especialista reitera que, também, a data tem um potencial positivo, por ser um momento de valorização e homenagem em caráter público ou privado da falecida mãe. Outro potencial positivo é que a data serve como um ponto para diminuir as tensões na família.
Larissa reforça que há um outro lado no luto durante o dia das mães que é o das progenitoras que perderam seus filhos, em que não é do desamparo e da orfandade, mas da perda do sonho e do senso de legado no mundo, rompendo o caminho natural. “Essa é uma perda que é tão dolorosa e incompreensível que, muitas vezes, evitamos discutir publicamente. Para estas mães, o dia é sempre mais vazio”, pondera.
Larissa defende que, nas relações pessoais, as pessoas podem praticar um discurso mais abrangente e acolhedor sobre a data, dando possibilidade às pessoas de falar ou não sobre o que pretendem para o dia. “Ao invés de supor união, encontro, junção de famílias, deixemos o espaço na conversa para que o outro possa dizer o que pretende, ou mesmo compartilhar seu sofrimento. Nós ainda falamos pouco sobre o luto, e essas são possibilidades de acolhida à pessoa enlutada”, conclui.

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