Colunista do Diário Itaquá fala sobre a paixão pela preservação do legado cultural da cidade
A comemoração dos 463 anos de fundação da cidade de Itaquaquecetuba não é apenas uma celebração do presente e das promessas para o futuro, mas também uma oportunidade para todas as pessoas, independentemente de sua origem ou de sua idade, de conhecer um pouco mais sobre o passado da cidade.
O legado de uma cidade pode ser contado não apenas pelos registros históricos, mas por documentos e objetos que fizeram parte do dia-a-dia da cidade por décadas ou séculos. ngelo Guglielmo, por mais de quatro décadas, tem sido um defensor da história da cidade.
Radicado na cidade há cinco décadas, ngelo reuniu fotos, documentos e objetos como máquinas de escrever, móveis, cadeiras, telefones e outros itens que mostram como foi a passagem dos anos na cidade localizada há cerca de 30 quilômetros da capital, que por muitos anos foi considerada como “cidade-dormitório” e leva consigo o legado dos povos indígenas, colonizadores europeus, migrantes nordestinos e imigrantes de várias partes do mundo.
DIÁRIO ITAQUÁ: Como começou o trabalho de catalogar e armazenar fotos, documentos e histórias de Itaquaquecetuba? O que o motivou a seguir por este caminho?
ÂNGELO GUGLIELMO: Meu pai comprou um sítio em Itaquaquecetuba na década de 1940, e vinha todo fim de semana para cá, morávamos em São Paulo, como todo bom italiano no bixiga , na época o bairro mais italiano do Brasil, Em Itaquaquecetuba tudo que existia nós estávamos juntos, dança de Santa Cruz, Congada, Moçambique, Festa de São Benedito, etc. Você via uma cidade antiga com todas as características de interior dentro de São Paulo, não tinha como não se apaixonar pela cidade e pelos problemas da cidade.
DIÁRIO ITAQUÁ: Quando começou este trabalho? Ele segue até hoje, correto?
ÂNGELO: Comecei com 14 anos a pesquisar, procurar documentos antigos, tudo sobre a história da cidade, Comecei a me interessar por essa cidade simples, hospitaleira ,pela história ,documentos, ferramentas, isso fazem mais de 60 anos.
DIÁRIO ITAQUÁ: No total, quantos documentos, fotos, itens e relatos foram captados neste esforço de preservar a história aberta de Itaquá?
ÂNGELO: Tenho milhares de documentos e fotografias em meu arquivo.
DIÁRIO ITAQUÁ: De todo o acervo, quais são os documentos que você considera mais importantes, e quais são os registros mais antigos?
ÂNGELO: Um dos documentos mais antigos é a cópia da certidão de nascimento de Padre Anchieta.
DIÁRIO ITAQUÁ: Hoje a cidade de Itaquá conta com um museu que preserva e coloca à disposição o seu acervo para a população, para os jovens das escolas. O espaço hoje atende às suas expectativas?
Ângelo: O museu histórico que conta a história da cidade é particular em meu Colégio, e para quem quiser conhecer precisa agendar e pode conhecer a história.
DIÁRIO ITAQUÁ: Este trabalho de preservação histórica conta com a ajuda de outras pessoas? Quem mais pode participar deste esforço?
ÂNGELO: Minha esposa Olivia Guglielmo era professora de História e Geografia, ela vivia história, também era minha maior incentivadora, eu escrevia a história e ela vibrava mais do que eu. A preservação da história é apoiado pelo nosso Colégio Apolo, e pessoas que entregam para nós documentos e peças e sabem que não se perderão com o tempo.
DIÁRIO ITAQUÁ: Quais são os planos para o futuro na preservação do acervo histórico da cidade?
ÂNGELO: O meu plano é que está sendo feito e sempre ampliado a exposição de uma história de uma cidade antiga uma das mais antigas do Brasil.
DIÁRIO ITAQUÁ: Itaquaquecetuba completou nesta semana 463 anos de fundação e 70 anos de emancipação. Quais são suas expectativas para os próximos 70 anos de Itaquá?
ÂNGELO: Minha expectativa hoje é grande, pois estamos vendo a dedicação da administração pública em preservar e incentivar a cultura que sempre foi pujante em nossa cidade. Daqui a 70 anos esperamos que nossa cidade esteja dentro daquelas que mais preservaram a sua cultura e a sua história.