Edição 70

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DENGUE: Especialista derruba “mitos” sobre o Aedes aegypti

Coordenador de Vigilância de Saúde explicou hábitos do mosquito transmissor da dengue para desmentir boatos e reforçar trabalho de prevenção

A cidade de Itaquaquecetuba entrou recentemente em situação de emergência pelo aumento dos casos de dengue, por meio de decreto assinado pelo prefeito Eduardo Boigues – o que permitiu ações mais contundentes pelas autoridades para o combate ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti. No entanto, muitas pessoas ainda possuem dúvidas e “lendas” sobre os hábitos do mosquito. 

O Diário Itaquá conversou nesta semana com Dayan Martins, coordenador da Vigilância de Saúde de Itaquaquecetuba, que tratou de alguns rumores acerca dos hábitos do mosquito transmissor da dengue e de outras arboviroses como zika e febre chikungunya. 

Uma das dúvidas foi sobre a predileção por homens ou mulheres, ou por tipo sanguíneo por parte dos mosquitos. Dayan explicou que esta parte não procede, uma vez que os mosquitos se guiam pelo calor corporal e não fazem distinção. “Todos nós estamos suscetíveis. A fêmea precisa do sangue para que desenvolva seus ovos, e não há distinção entre uma tipagem ou outra, ou mesmo pela coloração da roupa que alguém estiver usando”, explicou. 

Outro ponto que é comumente questionado é sobre a incidência de mosquitos em andares mais altos em um prédio residencial, o que levaria as pessoas a não se preocupar em adotar medidas para combater os criadouros do mosquito. “É um fato que o mosquito da dengue não sobe por si a grandes alturas, mas seus ovos podem ser transportados em algum recipiente, e pode haver a infestação de mosquitos a partir de criadouros mesmo na cobertura de um prédio de apartamentos, por isso todos devem tomar cuidado”, detalhou. 

Proprietários de piscinas também podem ser levados a acreditar que o uso de cloro na piscina afasta a possibilidade de criadouro do mosquito da dengue – o coordenador da Vigilância de Saúde explicou que o uso de cloro deve seguir protocolos. “O tratamento de uma piscina deve ser feito continuamente, sendo limpa pelo menos a cada sete dias, que é o período de maturação dos ovos do mosquito. Dessa forma, mantendo um regime constante de manutenção, uma piscina não representa riscos”, apontou. 

No que se refere à contaminação pelo vírus da dengue, Dayan sublinhou que alguém com a doença pode sofrer, paralelamente, de outras arboviroses também transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika ou chikungunya: “São vírus distintos, transmitidos pelo mesmo vetor, que é o pernilongo”, concluiu. 

Até a última sexta-feira (26 de abril), o Estado de São Paulo confirmou 766 mil casos de dengue desde o início do ano, com 450 mortes confirmadas, segundo painel da Secretaria de Estado da Saúde. Em Itaquaquecetuba, no mesmo período, foram 1,6 mil casos confirmados, com uma morte confirmada.

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